Capítulo 16 parte II ❥

Continuei dançando até quando Neymar me puxou e foi lá perto do Gabriel e da namorada.
Júnior: eai
Gabriel: to nem me aguentando em pé mais
Tayna: exatamente, você não se aguenta em pé e quem tem que ficar cuidando de gente bêbada mesmo? Ah é, eu
Gabi: por isso que eu já coloquei um limite antes, sem beber. Muito.
Tayna: é que esse daqui, nem adianta falar né?
Gabriel: colocou limites assim?
Júnior: pra você ver
Tayna: para de rir pra todo mundo que passar aqui por favor? Principalmente pra essas meninas - ela falou pro Gabriel e ele riu pra ela - nossa que engraçado, pega pra você Gabriela
Gabi: obrigada, eu já não dou conta nem desse daqui
Júnior: difícil de dar conta mesmo - disse e revirei os olhos - mas aí, chega de festa por hoje
Gabi: já?
Júnior: achei que você tava cansada
Gabi: e eu to
Junior: então. Falou ai campeão - abraçou o Medina - fica com Deus e juízo nesse novo ano, hein
Tayna: deseja bastante juízo que precisa mesmo - rimos
Gabi: tchau Medina, tudo de bom e que Deus te abençoe! Tchau Tayna, até a próxima!
Gabriel: obrigadão
Tayna: tchau, vai com Deus
Gabi: amém - saímos dali e fomos indo pra casa do Gabriel ao som do mar, que saudades que eu estou - nossa que saudades do mar, parece que faz uma vida que eu não vou pra praia
Júnior: eu também viu... quer ir agora?
Gabi: agora?
Júnior: é ué, você trouxe biquíni? - neguei - vai de sutiã mesmo
Gabi: você ta bêbado? Eu disse que não era pra você beber muito - ri
Júnior: eu não to bêbado, vamos logo - dei de ombros e fomos lá. A praia se encontrava deserta, o único jeito que se da pra curtir com o Neymar é saindo quatro horas da manhã mesmo! Tirei meu tênis, meu vestido e coloquei num cantintinho juntamente da minha jaquetinha jeans e do meu celular. Júnior estava de cueca e colocará suas coisas ao lado das minhas - agora vamos torcer pra ninguém mexer em nada
Gabi: não tem ninguém na rua então eu acho que ninguem vai mexer
Júnior: assim espero - a água estava morna do jeito que eu gosto e infelizmente de um jeito que só fica a noite. O mar estava calma e me transmitia uma paz enorme...
Gabi: isso aqui é tão calmo, se eu pudesse moraria na praia
Júnior: mas você já mora na praia
Gabi: não, não nesse sentido! Sabia que quando eu era criança meu sonho era ser sereia? Então
Júnior: eu não acredito que você falou isso
Gabi: é sério, você não viu aquele negócio de sereismo? Elas não moram na praia dentro do mar, claro, mas é legal.
Júnior: nunca vi
Gabi: você também não vê nada além de futebol e poker, você só faz isso
Júnior: qual o problema?
Gabi: nenhum
Júnior: então
Gabi: essa água ta muito gostosa, quero ficar aqui pra sempre! - dei um mergulho e sai mais perto dele - poso te pedir uma coisa?
Júnior: pede
Gabi: me da um beijo? - ele acabou com o pouco espaço entre nós, colocou suas mãos em meu rosto e o acariciou, senti sua respiração vindo de encontro com a minha e seus lábios encostando nos meus. Sua língua explorava minha boca com certa calmaria, era um beijo diferente, um beijo que nunca tivemos antes, diferente de tudo que já experimentei antes. Quando a falta de ar chegou e nos obrigou a parar, ficamos apenas nos encarando por algum tempo, em silêncio. Até que resolvi quebrá-lo - acho que já podemos ir né?
Júnior: c-claro, vamos
Saímos da agua em silêncio e fomos até nossas coisas.
Gabi: eu não vou por meu vestido e meu tênis de volta, senão vai molhar tudo
Júnior: ta de tiração com a minha cara né? Deve ta todo mundo saindo da festa a essas horas e você andando por aí de calcinha e sutiã.
Gabi: e dai?
Júnior: ah pelo amor de Deus!
Gabi: não vamos entrar nesse dilema de novo. Já que você não se importa com a roupa molhada, me da sua blusa. - ele me deu e eu sorri agradecendo. Coloquei-a e não ficou tão diferente de como estava nele, parecendo um vestido, claro! Ele colocou a calça e foi com o tênis na mão mesmo, peguei minhas roupas e fomos indo. Desejei não ver ninguém ali, porque do jeito que estamos parece que fizemos algo à mais, não que fosse da conta de alguém né, mas... Ah que se foda também! Não encontramos ninguém no caminho. Subimos no quarto de hóspedes que o Gabriel separou pra nós e eu fui tomar banho primeiro. Sai e ele estava mexendo no celular.
Junior: seu celular tava tocando aí, olhei e era número desconhecido então nem atendi
Gabi: deveria ter atendido, eu odeio quando me ligam de desconhecido e nem atendo também
Junior: a pessoa do outro lado tentou mais de uma vez, você devia retornar - se levantou, me deu um selinho e foi pro banheiro. 
Peguei meu celular e postei uma foto antes de retornar a ligação.
gabilima - Medina's birthday

Fui no registro do celular e vi o número. O DDD é 19, o que significa que é lá de Pira, ou apenas da região de Campinas e um número de celular. Apertei o botão ligar e ouvi chamar umas três vezes até atender. Do outro lado apenas escutava a respiração de alguém que não falava.

Gabi: quem é? Olha por favor me responde e diz o que você quer e quem é. Se for fã pode falar também, eu não vou te xingar - merda! Quando resolvi desligar, a pessoa do outro lado resolveu falar

Desc: eu achei que você fosse ser sempre minha - eu reconheceria essa voz em qualquer lugar do mundo, mas com certeza era algum tipo de brincadeira, algum jeito da minha consciência acabar comigo. Não podia ser, eu ouvi o barulho do tiro, eu o vi jogado no chão cheio de sangue. Não pode ser, não pode.

Gabi: quem ta falando? Isso não é uma coisa muito legal de se fazer

Desc: não se faça Gabriela, você sabe quem é

Gabi: não! Olha seja quem for, por favor não me ligue mais. Principalmente se for pra ficar fazendo esse tipo de brincadeira.

Desc: você reco... - eu desliguei. Não podia ficar ouvindo alguém se passar pelo Gustavo, isso me machuca mais do que qualquer outra coisa. Por que alguém faria isso comigo? Senti as lágrimas molhando meu rosto e ouvi Júnior saindo do banheiro.

Júnior: o que aconteceu? Quem era no telefone?

Gabi: era só alguém fazendo uma brincadeira de mal gosto que eu não gostei, nada demais!

Júnior: não liga pra essas coisas - sentou ao meu lado na cama - pessoas fazem brincadeiras de mal gosto o temlo todo, nós temos que acostumar

Gabi: eu sei, eu sei. É que tocaram em algo que eu não suporto ouvir. Algo que me machuca tanto, eu fujo disso todos os dias e...

Junior: se alcalma, quer alguma coisa?

Gabi: água. - peguei o celular novamente e liguei pra pessoa que eu mais queria falar essa hora. A pessoa que mais me ajudaria. E e logo ele atendeu.

              • Início

Gabi: desculpa te ligar essa hora, achei que estaria acordado

Michel: não tudo bem, você acertou. Ainda to acordado. O que aconteceu que você ta com voz de choro?

Gabi: é que me ligou um número desconhecido e eu retornei, e do outro lado alguém com a voz do Gustavo falou comigo

Michel: e o que falou?

Gabi: "eu achei que você fosse ser sempre minha" e depois quando perguntei quem era foi "não se faça Gabriela, você sabe quem é", aí eu pedi pra não me ligar mais e desliguei.

Michel: me manda o número depois que eu vou descobrir quem é. É que agora não tem muito o que fazer - observei Neymar entrar no quarto e peguei o copo de água da sua mão - ja que você ta longe né? Mas quando você vir eu vou atrás e dou um jeito.

Gabi: eu não quero que você dê um jeito. Eu quero que você descubra quem é e me fale. Eu quero ver essa pessoa frente a frente.

Michel: eu não acho uma boa ideia

Gabi: eu acho e não to pedindo permissão, Michel.

Michel: é sério. Não faz isso.

Gabi: se você não me fizer isso eu acho quem queira rastrear o número pra mim

Michel: ta bom, ta bom!

Gabi: obrigada, agora vou deitar um pouco

Michel: beleza, fica com Deus

              • Fim

Júnior: não vai falar sobre isso comigo né?

Gabi: quem sabe um dia. Agora eu realmente quero esquecer isso.

Jesus ama vocês! ❤